Roda de conversa sobre educação inclusiva é promovida no âmbito da disciplina de Necessidades Específicas e Educação inclusiva do curso de Pedagogia do IFSP-CJO
Na noite de 23 de abril de 2025, o IFSP Campus Campos do Jordão foi palco de uma aula aberta repleta de escuta, emoção e compromisso com a educação inclusiva. A aula conduzida pela professora Bárbara Silva, faz parte da disciplina de Necessidades Específicas e Educação Inclusiva do curso de Pedagogia e contou com a participação dos estudantes, representantes do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE), da Coordenação Sociopedagógica (CSP) e de duas convidadas - mãe e filha - que vivenciam o contexto de autismo e deficiência intelectual.
A aula faz parte do planejamento geral da disciplina que no decorrer do semestre tem como objetivo a criação de estratégias e recursos pedagógicos no sentido de fortalecer o processo de ensino e aprendizagem de uma estudante do curso de Informática Integrado ao Ensino Médio, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e deficiência intelectual do próprio Campus Campos do Jordão e que é acompanhada pelo NAPNE.
Neste espaço aberto para o diálogo, os estudantes acolheram a mãe que trouxe ao grupo um relato forte e comovente sobre a trajetória escolar da filha, destacando os inúmeros desafios enfrentados ao longo dos 11 anos em que frequentou a rede municipal de ensino, sem conseguir ser alfabetizada. “Minha filha tem laudo e ninguém olha para ela. É como se ela fosse invisível”, desabafou.
A estudante com TEA que também estava presente, mostrou-se confortável em conversar com a turma e contar sobre suas experiências escolares, sua forma de aprender além de contar sobre os seus desafios cotidianos e suas preferências no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem.
Para enriquecer as informações do estudo de caso realizado na disciplina, a pedagoga Thais Barros, coordenadora do NAPNE, detalhou a atual rotina da estudante no IFSP, explicando que a estudante está inserida em uma grade adaptada, que inclui atendimentos pedagógicos individuais e aulas de alfabetização. No entanto, ressaltou que, para garantir seu processo de socialização e pertencimento, sua permanência na escola deve ocorrer no mesmo turno e nos mesmos horários que os demais estudantes.
A pedagoga Alexsandra Alvarenga também contribuiu com o debate, trazendo sua experiência profissional na prefeitura de Tremembé e os entraves enfrentados para garantir práticas inclusivas efetivas. Reforçou a importância do engajamento dos profissionais da educação e da atuação institucional em defesa dos direitos das pessoas com deficiência.
A aula aberta revelou-se mais que uma aula: foi um exercício coletivo de escuta, afeto e responsabilidade, reafirmando o compromisso do IFSP Campos do Jordão com a inclusão, a dignidade e a valorização da diversidade no ambiente escolar.
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